por RMGM » quarta jun 08, 2016 6:18 pm
A igreja que refiro é mesmo essa que se vê na foto
Igreja de S. Marcos. No Arripiado (não é Arrepiado mas sim Arripiado)
Arripiado é diferente em tudo. Espante-se quando lhe disser que a fachada da Capela foi o aproveitamento do que sobrou da igreja demolida por altura da construção da Estação de Santa Apolónia, em Lisboa, daí ser conhecida pela fachada de Santa Apolónia.
Uma boa perspectiva do conjunto pode ser feita na margem direita do rio Tejo, precisamente, em Tancos. Defronte, na outra margem, avista-se o Arripiado, aldeia do concelho da Chamusca. Entre o casario alcandorado destaca-se uma fachada que nos surpreende, porque demasiado imponente para o pequeno aglomerado. Trata-se da igreja de São Marcos. A sua construção iniciou-se em 1958, abrindo ao culto em 1960. É, portanto, um templo bastante recente, exceptuando a fachada de cantaria, que é plenamente barroca. Pertenceu à igreja do extinto Convento de Santa Apolónia, cuja história vale a pena contar.
A casa religiosa, enquanto espaço de recolhimento para freiras, existia desde finais do século XVII. Em 1718, por decreto papal, foi transformado em Convento, permanecendo até 1833. Ano em que as freiras foram transferidas para Santa Mónica e Santa Ana, também na capital. Passou então, a albergar os alunos da Real Casa Pia e o Colégio do Arsenal Exército. No ano de 1852, devido às obras de ampliação da Estação, o Convento foi adquirido pela Companhia Real dos Caminhos-de-Ferro, mas a sua história não acabaria aqui.
Ruy Sommer de Andrade, natural do Arripiado, pediu ao Cardeal Patriarca de Lisboa para que a fachada da igreja conventual fosse aproveitada. O pedido foi concedido e assim, pedra a pedra, a fachada de Santa Apolónia viajou: de comboio, de Lisboa até Tancos; de barco, do porto de Tancos até ao cais de Arripiado, por fim, de carro de bois até ao local de edificação da nova igreja de São Marcos
RMGM Rogério Miranda