Boa tarde,
Subscrevo inteiramente o que o companheiro time_out tem vindo a escrever sobre este assunto.
Reclama-se por mais legislação e no meu entendimento já existe legislação suficiente sobre o sector e posturas camarárias em excesso a imporem regras e sinalização inexistentes no código da estrada.
Aliás, este país deve ter um dos maiores indices de produtividade mundiais relativamente à elaboração de legislação, ao mesmo tempo que exibe uma falta crónica de produtividade na sua aplicação!!!
Todo o político que passe pelo "poder", gosta sempre de deixar a sua placacazinha a assinalar a inauguração da respectiva rotunda, bem como o seu "braço poderoso", na legislação vigente.
Sob o meu ponto de vista, o essencial é sensibilizar ou tentar impor às autoridades que não podem descriminar
negativamente as autocaravanas ou autovivendas, relativamente ao estacionamento previsto e disponível para os restantes veículos automóveis.
Passo a dar um pequeno exemplo:
Se eu pretendo estaciononar uma autovivenda (tenho uma AC integral, logo o exemplo não é pessoal) num determinado espaço,
sem qualquer ocupação para além do seu perímetro e me
é proibido pelo facto de eu ter a possibilidade de comer e dormir no interior da mesma e se pelo contrário, no mesmo local estacionar um forgão exactamente com as mesmas dimensões, já não estar sujeito a qualquer tipo de sanção ou limitação temporal, esta situação é que se me afigura totalmente inadmissível.
Este é o aspecto crucial que se tem que conseguir que seja a prática corrente, na actuação das autoridades ligadas à problemática rodoviária, bem como por parte de todas as autarquias portuguesas. Este caso em concreto de Portimão, conheço simplesmente de passagem, mas não estando o espaço legalizado para o efeito, embora a sua eliminação possa causar bastantes transtornos a muitos companheiros, temos que aceitar que os PDMs foram criados para serem respeitados, caso contrário o país passa a ser uma república das bananas.
Conheço várias situações semelhantes, concretamente o caso de Altura e outras, local sobre o qual se dissertou largamente e onde tive oportunidade de expressar a minha posição.
(
viewtopic.php?f=9&t=7046#p58300)
Repugna-me fortemente declarações do tipo das proferidas pelo vice-presidente da Câmara de Portimão, ao declarar que o autocaravanismo é um ..."modo menos "nobre" de turismo"..., evidenciando uma visão de vistas curtíssimas.
Tenho a certeza de que este posicionamento lamentável relativamente ao autocaravanismo, é fortemente alimentado pelas enormes atrocidades praticadas por outros "
pseudo autocaravanistas", que pensam que por terem uma autocaravana, lhes dá todo o direito de
acamparem em todo o lado que mais lhes aprouver, com vistas panorâmicas para a praia, ocupação de espaço para mesas e cadeiras, bem como para o fogareiro e quem não se der com o cheiro e fumo, azar o dele... vá para outro lado, roubo de água da rede pública e despejo de esgotos na duna mais próxima, etc., etc......
É que o anteriormente descrito e que todos estão fartos de presenciar, nem de campismo se trata, sendo o campismo em locais próprios, uma actividade muito salutar e desejável, aquelas outras atitudes não passam de puro vandalismo dos locais e total falta de
civismo.
Estamos
todos a colher os frutos que alguns tiveram a inconsciência de semearem com a sua falta de civismo.
Temos que ter todos consciência, de que ao passarmos por uma qualquer terra, devemos sempre tentar fazer uma despesa mínima, quer seja em artesanato local, restauração ou compra de produtos alimentares locais, para que as autarquias sintam a necesidade, pressionadas pelas populações que as elegeram ( é somento isso que impulsiona os autarcas), para crirem condições efectivas, apelativas dos autocaravanistas. Para além como é por demais evidente, de uma postura completamente dentro dos elementares princípios de civismo.
Aproveitando o impacto que provoca o fecho deste espaço, mesmo tendo funcionado de uma forma não legalizada, é tempo de provocar as "consciências" autárquicas, enquanto as águas estão agitadas e não se cai no habitual marasmo, pelo que estou inteiramente de acordo com a sugestão dada pelo companheiro Paulo que de seguida transcrevo.
Paulo Escreveu:O que pergunto agora, como em situações semelhantes já ocorridas: qual a posição que vão tomar os clubes, associações e federações da nossa praça? Não nos podemos esquecer, até porque nos recordam frequentemente, que as entidades oficiais apenas ouvem entidades oficiais. É agora que vamos ver a pratica desta tese!
Pratico autocaravanismo pelo país e estrangeiro, há mais de 20 anos, penitenciando-me por estar completamente fora da vida associativa, pelo que talvez tenha chegado a hora de poder fazer mais por esta
nobre actividade, estando disponível para colaborar com outras iniciatívas que consigam representar de uma forma mais eficaz, todos os verdadeiros autocaravanistas.
Temos que ter consciência, conforme já aqui foi afirmado e muitíssimo bem, pelo companheiro Paulo, de que a voz que tem capacidade para ser ouvida, será sempre e somente a de uma associação que represente todos ou pelo menos a maioria dos autocaravanistas, ou seja, que tenha peso e voz audível.
Poderá ser este um espaço de troca de ideias e conceitos que induza á criação de um maior espírito associativo.
O que tenho visto até ao momento, infelizmente, são a defesa acérrima de cada uma das capelinhas, opções estas que não levam a lado absolutamente nenhum.
Um abraço,
Fernando Neves