Boa noite a todos.
No fim de semana passado, aproveitando os belos dias de Sol com que a chegada da Primavera nos presenteou, decidi dar uma volta pelo interior, mais propriamente pelo Ribatejo e Beira Baixa.
O destino estava apontado a Dornes.
Dornes
Vila ou aldeia? Em alguns locais/documentos Dornes aparece como aldeia, noutros como Vila. Estando incerto de qual deles está correcto, optei por considerar Vila de Dornes.
Dornes é uma vila histórica pertencente ao concelho de Ferreira do Zêzere.
Situa-se numa pequena península à beira Zêzere. Com a subida das águas da barragem de Castelo do Bode, passou de 43 km² de área, para 19 km².
Segundo informações pesquisadas na internet, Dornes é uma terra muito antiga. A sua fundação remonta ao séc. XII.
É também um santuário centenário visitado anualmente por cerca de três dezenas de círios oriundos de 3 Bispados.
A torre sineira pentagonal é única no país (e penso existir apenas outra em toda a Europa) e foi adaptada a partir de uma Atalaia Templária.
Dornes foi em 2007 palco da rodagem de um filme intitulado Dot.com o qual pode ser visto o trailer
aqui
Viagem:
Saída de Odivelas pelas 18h. Destino » Abrantes para pernoita.
Introduzida a área de pernoita de Abrantes no TomTom, fiz-me à estrada.
Numa determinada altura, por engano, não segui a indicação do TomTom para virar, e segui em frente, vendo uma placa a indicar Tramagal. Tinha a sensação que o nome não me era nada estranho, embora não me lembrasse porquê. Apenas sabia que por ali também ia dar a Abrantes. Chegado ao Tramagal a memória avivou-se do porquê me lembrar daquele nome. Já lá tinha passado de carro há uns anos. As curvas eram tantas e tão apertadas que me senti a percorrer um kartódromo com a AC. No fim daquele percurso da viagem, foi só repor a mercearia e loiça no sítio e tudo voltou ao normal dentro da AC.
Chegado a Abrantes fiquei junto da AS. O parque estava quase vazio. No canto duas AC's paradas, uma delas com matricula estrangeira, devidamente estacionada. Outra portuguesa atravessada a ocupar pelo menos uns 3 lugares (sem comentários). Uns minutos depois chegou outra AC. Jantar feito e comido, um pouco de leitura e tempo para uma foto.
Aquapolis - Abrantes
Hora de dormir. A alvorada seria cedo para aproveitar o fim de semana.
A manhã de sábado era colorida de cinzento pelo nevoeiro.
Próxima paragem » Dornes.
Chegado a Dornes, aplica-se a máxima "uma imagem vale por mil palavras". E esta é a vista a partir da entrada da Vila de Dornes
Para quem visitar Dornes , é totalmente desaconselhado entrar na Vila com a AC. As ruas são estreitas, de grande inclinação, em empedrado e de acesso bastante complicado para veículos destas dimensões. Podem parar uns metros antes na beira da estrada nacional que dá acesso a Dornes, ou logo à entrada assim que começa o empedrado.
Se forem em grupo, do outro lado da estrada nacional existe um enorme parque de estacionamento ( 39º46`02.38"N 8º16`22.73"O)
A partir do qual podem ter uma vista panorâmica da Vila de Dornes:
A torre templária pentagonal e a Igreja de Nossa Senhora do Pranto:
Uma das ruas de Dornes :
Várias vistas como esta podem ser apreciadas nas redondezas:
Finda a visita a Dornes, rumei até Sertã.
Graças à excelente informação existente na base de dados do CampingCar Portugal, procurei o parque assinalado onde iria pernoitar.
Chegado ao enorme largo de terra batida, com apenas dois ou três carros estacionados, procurei uma zona iluminada, próximo do tribunal e do café/esplanada, local que transmitia mais segurança. Uma volta de reconhecimento para confirmar que nenhum sinal me proibiria de ali estar e volto para a AC tratar do jantar.
Era já tarde, e a visita a Sertã ficaria para o dia seguinte, Domingo.
Estava já deitado, agarrado à minha leitura, eis que começo a ouvir um barulho do lado de fora. Barulho de ferros a baterem, e vozes de duas pessoas.
Espreitei pela janela e vi o que me parecia ser uma carrinha/bar, a montar um avançado/esplanada. Um debate entre o meu tico e o meu teco, levou-me a pensar que se me mantivesse ali, corria o sério risco de acordar novamente no meio de uma feira (nada que já não tivesse acontecido de carro!). Como estamos sempre a aprender, e essa primeira experiência serviu-me de lição, comecei a puxar pela memória se tinha visto vestígios que indicassem que alguma vez ali houvesse uma feira. Não havia marcas no chão de ferros espetados, não havia qualquer restrição de dias de estacionamento, etc....
Resolvi sair e questionar o senhor que se empenhava a montar a sua esplanada móvel e a preparar a sua carrinha/bar, o que ia ali acontecer.
De uma simpatia notória explicou-me que se preparava para receber os jovens que iam sair da discoteca por volta das 2h/3h da manhã. Deduzi eu, que iam ensopar o álcool, e provavelmente os ânimos viriam de acordo com o seu estado etílico.
Estava eu a olhar para umas marcas no pavimento de terra batida, e a interrogar-me se teria perdido alguma prova de gincana automobilística, quando o amável senhor me explicou que também costumavam ir para ali fazer piões com os carros.
Como estava pouco interessado em assistir em primeira fila à queima das octanas alcoólicas por parte dos "Tonis dos bonés ao contrário" ao volante dos seus pseudo-bólides, decidi mudar de poiso, ao que o sr me aconselhou a ir para o extremo oposto do parque, do outro lado da estrada. Assim fiz.
Portanto aqui fica a dica a quem pernoitar na Sertã: pernoitar junto das casas de banho publicas. Pelo menos aí tive uma noite tranquila. Evitem apenas estacionar muito perto de outros carros, caso estes apresentem os vidros demasiado embaciados (em tempo também não gostava muito de ser incomodado em certas ocasiões).
O local de pernoita:
Domingo de manhã, hora de visitar Sertã.
Uma pacata Vila, onde impera o bom gosto pela preservação do património, e das condições urbanísticas. Banhada por duas ribeiras oferece-nos cenários encantadores, como podem ser observados pelos registos fotográficos.
Ponte da Carvalha (construída no tempo dos Filipes):
Uma ponte pedonal:
Outra ponte:
Infelizmente os fins de semana são demasiado curtos para visitarmos tudo o que gostaríamos. Resta-nos a vontade de regressar e ver o que ficou por ver.
Até breve.
Cumprimentos
Boas viagens, boas estadias.