Parque das gaivotas cedido à autarquia por 20 anos
Com a abstenção do vereador João Armando Gonçalves (PSD) foi aprovada a proposta para assinatura do protocolo que prevê a concessão por 20 anos, pela administração do porto da figueira da foz, da parcela dominial (parque de estacionamento da avenida de Espanha, mais conhecido como parque das gaivotas) sob sua jurisdição, à autarquia figueirense. Em causa está, para já, a construção, no local, do mercado provisório que irá acolher os comerciantes do mercado engenheiro silva, enquanto durarem as obras de revitalização do espaço, que se estima que durem cerca de nove meses. Mas a intenção da autarquia é, finda a utilização da estrutura (que custou ao erário público cerca de 220.000 euros) como mercado provisório, apostar na sua rentabilização no local, durante cinco anos, para eventos lúdicos, culturais ou outros. Miguel Almeida (PSD) pediu que o texto do protocolo deixe claro que, no final deste período, “a estrutura não deve reverter para o porto da figueira da foz”.
“Vamos ver que eventos e que rentabilização conseguimos para aquele espaço, ver o impacto que têm e se a sua permanência se justifica”, afirmou João Ataíde. “Ao fim de 5 anos ou se prolonga a manutenção ou é levantada a estrutura e aplicada numa das instalações da autarquia”, acrescentou. Por seu turno, o vice-presidente Carlos Monteiro (PS) adiantou que os restantes equipamentos que irão ser colocados no mercado provisório, como bancas e frigoríficos, deverão ter como destino o mercado de Buarcos. “O aluguer da estrutura de cobertura do mercado provisório ficava mais caro do que a sua aquisição”, explicou ainda Carlos Monteiro, adiantando que uma futura utilização na zona industrial está a ser ponderada, “mas a decisão só fará sentido daqui a quatro ou cinco anos”, quando e se a mesma for levantada do chamado parque das gaivotas.
João Ataíde aproveitou a oportunidade para informar que o objetivo final da autarquia é que a parcela de terreno em causa acabe por ter “destino semelhante ao que aconteceu em lisboa”, onde os espaços de jurisdição do porto sem utilização efetiva reverteram para a autarquia – algo que a bancada do PSD várias vezes defendeu em reuniões de câmara anteriores. Miguel Almeida apoiou, por isso, a intenção, mas recomendou ao executivo que “dê um passo em frente”, reivindicando para a Figueira da Foz “um tratamento igual ao de que beneficiou a capital”.
Estacionamento pago no parque das gaivotas
Falta decidir quanto e quando, mas a proposta de subconcessão, à empresa municipal Figueira Parques, do parque das gaivotas, aprovada por unanimidade, não deixa dúvidas: a intenção da autarquia é disciplinar o estacionamento naquele espaço, através de um conjunto de medidas que deverão incluir um pórtico amovível (para cargas e descargas no mercado provisório), parquímetros e proteções em altura que estipulem áreas acessíveis a autocaravanas. Por definir, para já, ficam os termos da cobrança do parqueamento (valor das tarifas e períodos do ano em que serão aplicadas), e a colocação de equipamentos de apoio às autocaravanas – uma questão sensível, já que, se por um lado é reconhecida a necessidade de alguns equipamentos que tornem mais salubre a visita destes veículos (que a legislação trata como ligeiros), por outro lado a autarquia não pretende franquear este parque a nenhum tipo de acampamento. “é uma zona nobre demais para isso”, explicou João Ataíde, que defende para ali “claramente um parque de cidade”. João Armando Gonçalves pediu “reflexão” antes de qualquer decisão para esta área, “pela proximidade ao bairro novo, que todos queremos reavivar”. Por seu turno, Daniel Santos (Movimento Figueira 100%) defendeu que a autarquia faça uma contagem de veículos, por tipologia, antes de qualquer definição. Entretanto, Carlos Monteiro anunciou que, por iniciativa da Figueira Parques, o parque terá “um ou dois equipamentos para carregamento de carros elétricos”.
in O Figueirense
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