Boa tarde,
Vou tentar dar uma ajuda em relação a esta questão, e poderá ainda obter mais algumas informações na página principal do portal (
www.campingcarportugal.com), na secção ABC do Autocaravanismo, onde encontra um capítulo dedicado a electricidade:
Uma bateria de 105 Ah, desde que esteja em bom estado, já permite uma boa autonomia. Poderá eventualmente montar uma 2ª bateria em paralelo, ligando entre si os positivos e os negativos da bateria, mas nunca em série (o negativo de uma, ligado ao circuito negativo da AC, depois, o positivo dessa, ligado ao negativo da outra, e só esta última estaria ligado ao circuito positivo) porque com isso iria aumentar a voltagem para os 24 Volts. Contudo se optar pela 2ª bateria, deverá comprar as 2 ao mesmo tempo e serem exactamente iguais para não correr o risco de uma deteriorar a outra, e acabar por não ganhar nada em termos de autonomia.
Uma das regras que devem ser usados a bordo de uma autocaravana é o sermos ecológicos, ou seja, neste caso, poupar energia, só estar ligado aquilo que estritamente necessitamos.
As contas do consumo não são muito complexas, basta ir às características dos aparelhos e ver qual a sua potência em Watts:
Exemplo televisão de 35 W:
35W/12V = 2.916 Ah. Se estiver ligada 3 horas por dia serão então 2.916 * 3 = 8.75 Ah de consumo da bateria.
Outro, a luz do Wc de 21 W:
21W/12V = 1.75 Ah. Se estiver ligada durante meia hora por dia serão então 1.75 * 0.5 = 0.875 Ah de consumo da bateria.
Somando aos 8.75 = 9.625 Ah
Depois, é só ir somando o consumo dos vários aparelhos que se utilizam, alguns são mais difíceis de contabilizar, como, por exemplo, a ventoinha de extracção da combustão das gazes do boiler da água quente.
As formas básicas de carregar a(s) bateria(s) é pelo motor veículo quando este está em funcionamento ou quando a AC está ligada aos 220v.
Os modos alternativos são o colocar de um painel solar, um gerador (nós desaconselhamos, pelo ruído e poluição), ou, ainda, as pilhas de combustível que funcionam a etanol.
Passando agora à potência do conversor, depende da soma do consumo dos aparelhos que estiverem ligados ao mesmo, e respectivo rendimento.
Para além disso, é aconselhável que a utilização em continuo de aparelhos não exceda cerca de 80/90% da sua capacidade.
As contas do consumo provocado na bateria são simples, basta consultar as características dos aparelhos em termos de potência.
Por exemplo :
Para um conversor de 500 W é conveniente que, em simultâneo, não se ligue aparelhos cuja soma exceda 400/450 W.
Se a soma dos aparelhos ligados der 410 W:
410W / 12 v = 34 Ah
Seriam 34 Ah se o rendimento do conversor fosse de 100 % o que não acontece.
O rendimento dos melhores conversores anda à volta dos 90% - 34Ah / 0,9 = 37,77 Ah
Contudo, o rendimento do conversor melhora à medida que nos aproximamos da sua potência máxima. Ou seja, os 90% são atingidos perto dos 500W, se for frequente a utilização de, por exemplo, 100 w podemos esperar um rendimento apenas 50 ou 60%, para o referido conversor de 500W; com a utilização de um aparelho de 100 (Watt) temos:
100/ 12 (Volt) / 0,5 (rendimento) = 16,66 Ah.
Logo, se só prevê utilizar aparelhos de baixa potência será preferível optar por um conversor de, por exemplo, 150 W ou 200 W, obtendo assim um mehor rendimento.
Existe ainda a questão de conversores de onda sinusoidal versus onda quadrada. Os especialistas dizem que os melhores são os primeiros, mas são igualmente mais caros.
Atenção, que o consumo de toda a capacidade da bateria é meio caminho andado para a deteriorar. Boa politica será sempre tentarmos que o consumo não exceda no máximo os 50/60% da sua capacidade, após o qual deve haver uma recarga.
À medida que se vai consumindo a energia da bateria, entra em linha de conta outro factor que é a queda de tensão. Ou seja, quando a bateria está bem carregada, a sua tensão varia entre 12,8 V e 13,5 V, após alguns minutos de utilização a tensão rapidamente desce para os 12V e é normal que após fornecer cerca de metade da sua capacidade em Ah, a tensão desça até aos 11 V.
Nesta altura, há muitas centrais de autocaravanas que se desligam como medida de precaução.