Este fim-de-semana, foi passado lá para o Douro e de forma bem animada
. Já tinha a pulga atrás da orelha
, pois o Professor José Hermano Saraiva, há algumas semanas atrás, tinha referenciado no seu programa televisivo a Festa da Lagarada Tradicional, em Celeirós do Douro no concelho de Sabrosa.
Nós e os companheiros Jorge e Fernanda chegamos a Celeirós na sexta-feira ao fim da tarde e entrámos com a autocaravana pela aldeia abaixo, mas com muita dificuldade
, pois as ruas eram estreitas demais e quase... quase... que não vínhamos aldeia acima!... Felizmente estávamos a ser seguidos por um morador atento, que nos deu todas as indicações para que não ficássemos “encalhados” e, assim conseguimos um lugar de cinco estrelas.
A pé, pelo meio da aldeia, fui-me apercebendo da alegria e empenhamento que os habitantes punham em tudo que faziam. Onde parássemos, havia sempre motivo para troca de palavras e brincadeiras, parecendo até, que já fazíamos parte daquela gente!
Numa adega antiga estavam oito enormes lagares comunitários, feitos de granito, interligados entre si e já com mais de 200 anos. Havia uma correria constante de pequenas camionetas de carga, vindas de diversas quintas a despejarem as uvas nos lagares e, claro está, que se ia depenicando aqui, ali e acolá!...
Os preparativos para a festa não paravam, envolvendo pessoas de todas as idades, pois havia muita vontade de trabalhar e trabalho para toda a gente. Foram montadas pequenas barraquinhas onde iria funcionar a Feira dos Acepipes e do Artesanato.
Já era bem tarde quando recolhemos, mas o trabalho daquela gente estava bem longe do fim
.
Surpresa nossa no sábado., após o almoço apareceram os companheiros Teresa e Mário, casal muito simpático, que não conhecíamos pessoalmente (apenas via Fórum) e que foram logo desafiados para participarem na Lagarada
.Um grupo de Gaiteiros de Miranda do Douro e outro grupo de Concertinas de Felgueiras, não paravam de tocar, fazendo as pessoas vibrar de alegria. Já tínhamos feito a inscrição prévia e estávamos devidamente equipados, para a pisa do vinho. Entrámos para um dos lagares e então foi um tal pisar, conversar, rir, cantar, brincar, dançar...
Nunca tinha experimentado sensação igual e fiquei pasma como é possível ir buscar tantas energias a convívios tão singelos como este.
Se forem a alguma lagarada, tenham cuidado, pois as pernas ficam a doer bastante e os pés ficam mesmo da cor do vinho.
Bem haja quem promove eventos como este, pois em Portugal temos muitas tradições que merecem não se perderem com o tempo.