Pirinéus franceses - verão 2010

Itinerários-partilha e auxilio, companheiros de viagem, etc.

Pirinéus franceses - verão 2010

Mensagempor cookie » sexta ago 27, 2010 7:14 pm

Dia 1
Saímos de VC no dia 22 já tardote. O casal, as duas cadelas e o nosso sempre fiel companheiro de viagem, o Muti. É a primeira vez que fazemos “férias grandes” na AC e com as cadelas. As experiências anteriores cingiram-se a uma semana e sem as nossas companheiras de 4 patas.

Contrariamente aos planos iniciais, dirigimo-nos primeiro para Andorra, para visitar familiares que lá vivem. A viagem como todos sabem é monótona (bastante longa e a paisagem também é chata). O trajecto foi feito por Espanha e sempre que possível fugindo às portagens pois preferimos sacrificar o tempo na ida para, caso houvesse necessidade, recuperá-lo no regresso.

Parámos para jantar em Peñafiel com vista para o Castelo – o castelo e muralhas desta localidade parecem muito bem conservados e passando durante o dia e com tempo, com certeza merecerá uma visita.

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Foto: castelo Peñafiel
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Achámos por bem avançar um pouco mais na estrada e conseguimos ir até Burgo de Osma. Nós não conhecíamos esta localidade mas levávamos uma lista de locais de pernoita/furgoperfectos dos nossos companheiros do www.furgowv.org que nos deu muito muito jeito – gracias!!. Pois bem, nessa listagem estava identificado um furgoperfecto e foi para aí que nos dirigimos. O desvio foi pequeno - em Burgo de Osma já está construído o troço da Autovia, o que obriga a um pequeno desvio para chegarmos à localidade. Quando lá chegámos estavam estacionadas 2 AC´s o que nos tranquilizou imediatamente.

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Foto: Furgoperfecto de Burgo de Osma (41°35'12.24"N 3° 4'23.95"W)

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Vimos a torre da catedral e pareceu-nos bonito mas já era tarde por isso foi levar as cadelas a fazer as últimas necessidades e toca a dormir. Entretanto sentimos chegar mais uma AC.

Dia 2
No dia seguinte levantei-me cedo para vir com as cadelas cá fora e estava bastante nevoeiro.

De volta para a cama e quando acordámos já só éramos 2 AC´s. Optamos por tomar o pequeno-almoço e dar uma volta para conhecer o que nos parecia ser uma zona velha muito bonita. E assim foi, de facto, toda a zona fora das muralhas e dentro está muito arranjada e bem conservada e vale a pena uma visita. Foi uma surpresa muito agradável.

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Foto: Burgo de Osma – jardim exterior
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Foto: Burgo de Osma – interior muralhas

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De seguida fomos a um supermercado tipo Dia fazer umas compras para a viagem. Deixo a nota de que este supermercado tb tem peixaria, para quem passar por aqui e quiser peixe fresco.

Seguimos viagem e finalmente chegámos a Andorra. Em Andorra há uma área de Serviço, em Encamp e foi para lá que nos dirigimos.

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Foto: Área de Serviço Encamp (42°32'7.88"N 1°35'19.41"E)

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O acesso ao parque de estacionamento é bastante inclinado e imagino que aceder à área de serviço no Inverno deve ser um verdadeiro pesadelo. Estavam lá bastantes AC´s, umas 14. Estacionámos, verificámos que o estacionamento é pago mas apenas durante o período diurno. Jantamos sossegados e fomos dar uma volta com as meninas. Estava uma noite fresca (6º) por isso optamos por dormir com o aquecimento ligado.

Dia 3

No dia seguinte toca a levantar cedo para vir dar uma volta com as cadelas e tirar o ticket do parque. Depois do pequeno-almoço tomado fomos espreitar a área de despejos. Ficámos muito desiludidos com o estado da área… a zona dos despejos das águas cinzentas estava normal, o acesso à torneira da água potável, só com chave e para isso teríamos que encontrar o vigia – tinha afixado o n.º de telefone mas a zona do despejo das águas negras… ui ui… que verdadeiro horror.

Completamente entupida por uma pasta sólida… muito mau… claro que decidimos apenas despejar as águas cinzentas e seguir para o trilho que queríamos fazer. À noite ficaríamos num parque de campismo para poder limpar a AC com tranquilidade.

Seguimos para o trilho que já conhecíamos pois na nossa lua-de-mel tentámos fazê-lo, sem sucesso uma vez que o tempo virou (uma brutal tempestade) e tivemos que desistir. Era desta que conseguíamos. Mas… a zona estava hiper-populada… “o que se passa aqui?” pensámos nós. O trilho começa num parque de merendas e partilha o início com outros trilhos, daí estar muita gente. Iniciámos o trilho e o tempo ameaçou novamente virar. Este percurso está marcado e é de dificuldade média mas, não nos esqueçamos que os níveis de dificuldade são um pouco diferentes dos nossos, quanto mais não seja pelo tipo de piso e pela altitude. Não estamos em alta montanha mas a altitude já se sente, e bem, em média montanha… principalmente para quem cresceu e viveu toda a vida junto ao mar – que é o meu caso… o trilho sai dos 1880m e chega ao topo do Pic Serrera aos 2912m.

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Foto: Trilho Serrera

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Foto: Trilho Serrera

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É mesmo preciso calçado apropriado pois a partir dos lagos glaciares o piso é composto por cascalho/pedra solta e foi precisamente isso que me obrigou a voltar para trás, apesar de ir com botas de montanha apropriadas… os meus pés sofrem bastante com este piso por isso cheguei aos 2700m e tive que voltar para trás com as cadelas já que para elas o piso também era muito complicado.

O maridão seguiu sozinho, mas sem estar sozinho pois havia um grupo a fazer a subida e que ele acabou por acompanhar – é muito importante não ficar sozinho em montanha.

Esperei pelo maridão na AC e quando chegou almoçámos. Depois seguimos para o parque de campismo escolhido. Ficámos no Camping Pla e limpámos a AC. Combinámos uma visita com os familiares e depois toca a dormir. A noite estava fria com um vento moderado, muito diferente da temperatura de Andorra la Vella (10ºC menos).

Dia 4

No dia seguinte inevitavelmente fomos às compras. Eu fiquei com as cadelas no único parque de estacionamento do centro que permite estacionamento diurno para AC´s e o maridão foi às lojas. Fui com as cadelas ao “pipican”, um wc para cães localizado muito perto do parque e dei uma volta com elas.

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Foto: Pipican

Seguimos então viagem para os pirinéus franceses. A polícia fronteiriça esmiúça bastante os veículos – não todos claro está e nós não fomos esmiuçados nem na fronteira nem mais à frente, onde havia um segundo posto de controlo.

Passamos por Ax-les-bains e seguimos viagem. No centro desta localidade há uma pequena piscina ao estilo de rio caldo no Gerês onde estavam umas quantas pessoas a aproveitar a água termal.

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Foto: Ax-les-bains

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Prosseguimos para Bagnéres-de-Bigorre onde pernoitamos na área de AC desta cidade. Estavam muitas AC estacionadas (aprox. 30), a área estava praticamente cheia e claro, de manhã, muitas menos. Em dias laborais é uma área barulhenta pois fica próximo de oficinas municipais. Não fica perto do centro mas vimos uma placa a informar que passa lá um transporte turístico para levar as pessoas para o centro.

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Foto: Área Bagneres de Bigorre (43° 4'24.53"N 0° 9'7.85"E)

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Foto: Área Bagneres de bigorre

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Passámos no posto de turismo a recolher informação e foi quando nos apercebemos que não falam mesmo inglês… apenas uma das funcionárias arranhava, mal, o inglês. Entre o mau inglês da funcionária e o meu mau francês (há muito esquecido…) lá nos entendemos. Com informação recolhida, seguimos viagem para La mongie.

Chegados a La Mongie, paragem que conhecia de há uns bons 7 anos atrás lá ir passar uns 5 dias a fazer snowboard, ficámos espantados por ver Lamas por lá… a pedir guloseimas aos turistas. Parámos onde vimos AC´s, no estacionamento à saída da vila e fomos confirmar no posto de turismo se podíamos parar naquele sítio. Dado o ok fomos fazer o reconhecimento da localidade. A paisagem é brutal por isso achamos que vale bem a pena. Almoçamos numa esplanada um belíssimo almoço que, a comparar com os preços praticados na nossa serra da estrela, sairia o dobro. Também ficámos pasmos quando vimos numa imobiliária, apartamentos T1kitchnet, perto das pistas, à venda por 25mil euros… achámos mesmo surreal.

Perto do local onde parámos há um supermercado que tem de tudo mas, descobrimos que os supermercados já não dão sacos… temos que levar os nossos ou então comprar.

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Foto: pernoita em La Mongie (42°54'37.51"N 0°10'29.27"E)

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Dia 5

Preparámo-nos para o trilho que íamos fazer, La mongie-Pic du Midi du Bigorre levando água, barras energéticas, sandes, frutos secos, protector solar, chapéu e seguimos…

Uma nota: os trilhos aqui por vezes não são claro e as descrições não dão indicações precisas dos pontos de partida, dos pontos de referência etc. Há que ir alerta.

Nós decidimos que íamos partir da nossa AC e conscientemente íamos “abrir caminho” até nos cruzarmos com o trilho que faz Col du tourmalet - Pic du Midi. Assim foi: subida íngreme, sempre ao sol e acompanhados dos abrutes – que há aos magotes. Depois de avaliarmos o terreno para seguir a abrir caminho até ao Pic du Midi, concluímos que seria muito muito complicado seguir esse plano e que teríamos que descer para apanharmos o trilho Col du tourmalet - Pic du Midi (já um estradão de terra). A descida foi bastante difícil já que era muito íngreme e o solo era “manhoso”. As cadelas não tiveram qualquer problema pois têm tracção às 4 patinhas com controlo diferencial, mas nós… ui ui… se não fossem os bastões… mas lá conseguimos chegar ao trilho. Há muita gente a fazer este trilho e gente de todas as idades e embora tenha a sua dificuldade, não nos podemos esquecer que estamos em altitude e a partir dos refúgios, o piso fica diferente: maior inclinação, mais estreito e pedra solta, com tempo faz-se.

No sopé do pic du Midi de bigorre encontramos o lac d ´oncet e foi aí que almoçamos. As cadelas deram umas “braçadas” nas águas fresquinhas e brincaram na neve.

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Fotos: trilho La Mongie-Pic du Midi Bigorre (a inclinação do terreno)

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Fotos: trilho La Mongie-Pic du Midi Bigorre (uma ovelha morta – o alimento dos abutres)

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Fotos: trilho La Mongie-Pic du Midi Bigorre (o destino ao longe)

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Fotos: trilho La Mongie-Pic du Midi Bigorre (o col du tourmalet visto de cima)

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Foto: trilho La Mongie-Pic du Midi Bigorre (o lago, os refugios e o pic du Midi)

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Chegados ao Pic du Midi, a Umi já não podia mais, eu precisava de descansar e o tempo dava indícios de fechar com nevoeiro. Depois de perguntarmos se as cadelas podiam descer no teleférico (dentro do recinto estava gente com cães grandes) e de nos confirmarem que sim, decidimos que eu desceria com elas por teleférico e o maridão preferiu fazer o regresso a pé, mas desta vez indo até ao Col du Tourmalet e depois seguindo pela berma da estrada até chegar a La Mongie, para assegurar que descia sempre acompanhado. Assim fizemos e comprámos o bilhete para mim (só depois de comprar o bilhete se podia entrar no recinto). Depois do bilhete comprado, informaram-me que as cadelas afinal não podiam ir no teleférico. Disse que havia mais gente com cães e que caso fosse necessário esperaria pelo último teleférico já que não me atrevia a descer sozinha com as duas cadelas, principalmente porque aquele troço era bastante estreito e com o movimento que havia + o nevoeiro, seria muito perigoso. Combinamos então que desceria no último teleférico, às 18h30.
Devo dizer que fomos as únicas (eu e as cadelas) a seguir naquele teleférico e a yuki estava em pânico enquanto que a umi estava perfeitamente enquadrada com tudo, não tendo estranhado a descida. Chegou mesmo a adormecer no próprio teleférico.
Quando chegamos a AC, o maridão já estava de banho tomado  ehehhehe
Depois do jantar, outro passeio com as cadelas, ver um pouco de televisão e dormir…

Dia 6

No dia seguinte, às 7 da manhã, a paisagem era ainda mais bonita, já que a lua estava mesmo atrás do pico que se encontrava à nossa frente.
De La Mongie seguimos para Gavarnie. A paisagem é muito bonita e quando nos aproximamos de Gavarnie, percebemos porque motivo é Património Mundial da Unesco…

Aqui há de facto muuuuuuitassss AC, mas muitas mesmo. O parque de estacionamento perto da vila é interdito a AC´s e apesar de ser pago a vigilantes logo à entrada, só nesse parque estão estacionadas muitas AC´s.

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Foto: estacionamento proibido de AC´s com bastantes AC estacionadas com a permissão dos vigias (não percebemos).

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A 1km da vila temos a área de serviço paga (24h são 5€) com direito a água e despejos de águas negras e cinzentas. A envolvente é simplesmente brutal.

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Foto: área serviço Gavarnie (42°44'18.77"N 0° 1'10.27"W)

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Esta área é composta por 3 patamares sendo, a nosso ver, o melhor, o 1º patamar à esquerda na direcção Gavarnie-Estação de esqui, pois só este patamar tem zona exclusiva para despejo da cassete.

Seguimos até à estação de esqui de Gavarnie e parámos no Col de Tentes para ver a paisagem. O maridão queria ir até à Breche de Roland mas na zona protegida é proibido levar cães à trela pelo que ficámos impossibilitados de lá ir… os humanos podem ir (e muitos deles deitam lixo para o chão) mas os cães presos não podem… esta foi a nossa primeira desilusão e pelo que nos fomos apercebendo ao longo da viagem, esta proibição será recente ou pelo menos desconhecida de muita gente, inclusive nos postos de turismo…

Regressámos para a área de serviço onde arranjámos um lugar com sombra para o frigorífico e um pedacinho de erva para as cadelas. Era permitido abrir o toldo e colocar os niveladores, o que fizemos.

Demos uma volta nas redondezas com as cadelas, que aproveitaram para darem um “mergulho” num riacho que passava lá perto.

Reparámos que ao fim do dia o nevoeiro descia e as noites eram frescas mas que de manhã o céu limpava. A noite foi tranquila com direito a Scrable depois do jantar.

Dia 7

Hoje rumámos à vila para fazer o circuito do cirque du gavarnie, mas com os 1,5 km´s a mais que pressupõe a saída da área de serviço – não fomos pela estrada, fomos sempre a direito cortando caminho.

O percurso do cirque du Gavarnie, até ao hotel, não tem qualquer dificuldade a não ser o facto de ser um percurso longo e quente pois na zona de vale não corre ar. Do hotel em diante é duro. O piso torna-se piso típico de zona de glaciar (pedra solta) com uma inclinação maior à medida que nos aproximamos da cascata.

Escusado será dizer que é fabuloso… as fotos dão uma ideia, embora a grandiosidade só possa ser experimentada in loco.

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Fotos: Cirque de Gavarnie visto de Gavarnie

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Foto:A caminho do Cirque de Gavarnie

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Foto: ao longe o último hotel (até onde podem ir os cães) e o pequeno glaciar que é preciso atravessar

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Foto: já perto das cascatas (aqui o piso é muito complicado como se pode ver e as pedras soltas a par com a inclinação são os ingredientes para deslizes quase certos aquando da descida)

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Neste troço do caminho, os bastões são uma preciosa ajuda, desde a passagem por cima do pequeno glaciar até ao piso solto e inclinado.
No regresso quisemos fugir ao circuito normal e por isso apanhamos um trilho até ao rio. Almoçamos aí, onde estava um pouco mais fresco e as cadelas puderam refrescar-se. Quando chegamos a Gavarnie parámos para comprar uns aperitivos, enchidos e no supermercado fizemos mais algumas compras e daí seguimos a pé até à área de serviço.

As cadelas estavam KO por isso mal chegaram, dormiram.

A noite foi tranquila.

Dia 8

Dia de despejar os depósitos, abastecer de água e seguir viagem para Cauterets. À saída de Gavarnie avistamos algo que não podíamos deixar de fotografar: um unimog adaptado para autocaravana. O maridão babou-se :-D

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Fotos: uma verdadeira autocaravana 4x4

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A paisagem é sempre bonita e chegados a Cauterets sabíamos que havia duas áreas de AC, uma à entrada da vila e outra precisamente no extremo oposto, a caminho de Pont d´Espagne. Antes de parar em qualquer uma fizemos o reconhecimento auto até Pont d´Espagne onde vimos a malfadada placa de proibição de cães… voltamos e decidimos ficar na área de serviço que fica perto da saída de Cauterets na direcção Pont D´Espagne. 24h custam 10€ e temos para além do normal, electricidade. Mas, surge uma dificuldade com as tomadasque são diferentes das nossas. Fomos à vila e indicaram-nos uma loja que vendia aquele tipo de material. Comprámos o necessário e regressámos à AC.

Depois de devidamente “ligados” e jantados, fomos beber um copo à esplanada. Estávamos a 2 mins do centro, portanto muito bem localizados (para esquiar é conveniente ficar na outra AS já que fica perto do teleférico).

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Foto: Cauterets

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Foto: área de serviço (42°53'10.95"N 0° 6'55.00"W)

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Dia 9

Fomos forçados a desistir do trilho que sai de Pont D´Espagne por causa da proibição de cães a partir desse ponto (que basicamente era o início do trilho) pelo que o plano alternativo foi: partir da área de AC, chegar até Pont d´Espagne e regressar.

No caminho vêem-se muitas cascatas (de carro também se vêem as cascatas) pelo que o trilho adivinhava-se bonito e refrescante, devido à sombra do bosque e à bruma da água.

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Foto: cascata de La Raillère

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As cascatas que se encontram ao longo da estrada são monumentais, bem como a força da água mas… para nosso desânimo, quando chegamos a La Raillére encontramos a maldita placa… já a partir desse ponto encontramos a proibição de cães… ironicamente, vimos algumas garrafas e picas de cigarro espalhadas pelo chão dos trilhos… enfim.
Voltamos para trás revoltados e decidimos encontrar outros trilhos na zona.

Pernoitamos em Arrens-Marsous, na área de serviço. Aqui podemos despejar as águas (cinzentas e negras bem como abastecer de água potável). A área fica perto dos serviços municipais, por isso é normal que a dias laborais haja algum barulho de manhã. Perto existe um supermercado onde há de tudo, inclusive botijas de gás de várias marcas.

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Foto: área de serviço Arrens-marsous (perto há um supermercado) (42°57'30.91"N A 0°12'26.31"W)

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A noite foi sossegada e fresca.

Dia 10

Era nossa intenção fazer, como alternativa, um trilho no Lac d´Estaing. Segundo o nosso guia, só no topo do monte é que era zona protegida, pelo que poderíamos subir até perto do refúgio (pelo menos) com as cadelas. Todas as aldeias são lindíssimas, as casas fabulosas e o lago apresenta-nos uma paisagem extraordinária. No lago há um parque de campismo e na estrada para o lago também há parques.

O tempo está incerto, ora temos sol ora temos nuvens mas ainda assim vamos tentar fazer o trilho.

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Foto: chegada a Lac d´Estaing

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Foto: trilho – o bosque da proibição

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Esta tentativa foi outra desilusão pois sensivelmente 3 km´s depois de iniciarmos o trilho, à entrada do bosque encontrámos a maldita placa e depois cruzamo-nos com um vigia que nos disse que era mesmo proibido. Deu-nos a entender que era algo que pessoalmente não concordava mas que (e cito) “não era pago para pensar”…

Regressámos ainda mais frustrados, agora com o tempo fechado (nevoeiro e alguma chuva) e decidimos desistir do lado francês e seguir para Espanha – mais concretamente Formigal.

Um grande alerta: fomos pelo Col D´Aubisque e aquela estrada é qualquer coisa de aterrador!!! Estava muito nevoeiro, a estrada tem muita curva e contra-curva e é estreita (demasiado estreita)… a certa altura entramos num túnel escuro como breu e sem luz que mais parecia a descida para o Inferno… foi assustador e quando saímos de lá foi um grande alívio…

Seguimos para Formigal. Parámos no parque de estacionamento da estação (o 1º da descida) onde encontramos um sinal de parque de caravanas. Agradou-nos e é um sinal de que a política do grupo Aramon mantém-se pró alojamentos “alternativos” (caravanas e autocaravanas).

Relembro que na passagem de ano 2009-2010 fomos 1 semana para a estação de esqui de Cerler (também do grupo Aramon) e para além da pernoita permitida em lugares indicados pelos próprios funcionários da estação, tivemos alguns problemas com o gás e foram impecáveis, tentando ajudar-nos. Será, sem dúvida, um destino a ponderar na próxima passagem de ano.

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Foto: estacionamento Formigal onde vimos o sinal parque para caravanas

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Foto: chegada à urbanização de Formigal

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Depois de esticarmos as pernas seguimos para a vila de Formigal – nasceu devido à estação de esqui. Acabámos por pernoitar aqui, ao lado de outra AC, no parque de estacionamento central.

Vínhamos a fugir do mau tempo mas este apanhou-nos e caiu uma forte tempestade de trovoada.

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Foto: as nuvens da tempestade

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Não havia condições para fazer qualquer trilho (por muito pequeno que fosse), por isso demos umas voltas e fomos buscar uma pizza para comer na AC.

A noite foi tranquila, com alguns relâmpagos e trovões para nos embalar.

Dia 11

O tempo continua instável. Deixo o maridão na AC e vou dar um passeio com as cadelas na esperança de um dia melhor. Mas o tempo não melhora, aliás, piora e temos novamente trovoada e chuva. Decidimos por isso seguir para o Mediterrâneo.

Arrancamos tendo como destino a área de serviço de Els Muntels.

A viagem foi longa mas a paisagem bonita. No entanto a tempestade apanha-nos e assusta-nos pois surgiu com toda a força - vento, chuva e trovoada assustadores.

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Foto: o mau tempo

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Fizemos compras num supermercado já depois de Flix e seguimos viagem.

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Foto: Central nuclear em Flix

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Chegamos a Els Muntells e ainda demorámos a encontrar a área de serviço pois as coordenadas estavam erradas. Perto da praia há um parque de campismo mas não queríamos lá ficar. Chegámos à área de serviço seriam umas 20h e estava lá um funcionário da junta de freguesia a cobrar (3€ para despejos e 6€ para despejos+pernoita). Nós vergonhosamente só tínhamos 3€ e uns trocos pois contávamos que em Els Muntells houvesse caixa multibanco, mas… não havia. O funcionário não se mostrou muito preocupado e despejamos-lhe a carteira para a mão (os tais 3€ e uns trocos entre os quais uma moeda estoniana). Ficou com tudo, passou-nos o papel e lá ficámos.

Esta área tem WCs – que são limpos, bem como sítio para lavar a loiça e o que parecem ser uns estendais. Para quem tem filhos pequenos existe um pequeno parque. Está localizada ao lado do mercado do gado e do polidesportivo.

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Foto: área de serviço Els Muntells (reparem nos campos de arroz e imaginem a quantidade de melgas)

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Quando lá chegámos estavam 3 AC´s e uma furgo. De manhã erámos só 2 AC.

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Foto: área de serviço Els Muntells (40°40'7.21"N 0°45'33.41"E)

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Devo esclarecer que esta zona é repleta de arrozais… e que às 20h as melgas assassinas andam à solta. O maridão foi praticamente comido vivo (por cima da T-shirt). Tenho as fotografias no tlm. Quando puder publico-as.

Felizmente tínhamos um anti-histamínico para o maridão tomar. Na AC não tínhamos repelente nem sequer um aparelho para matar as melgas e por isso, enquanto entramos e saímos da AC, umas 15 melgas conseguiram entrar… foi uma chacina.

De noite a tempestade continuava, mas desta feita no mar. Não conseguimos fotos pois a máquina não é assim tão boa, mas o espectáculo foi fabuloso. Claro que o maridão não se atreveu a sair da AC, mas eu pude sair e valeu a pena – estas melgas não quiseram nada comigo hehehehehe...

Dias 12 e 13

Atendendo ao que tinha acontecido no dia anterior, decidimos sair dali, não sem antes passarmos na praia. As cadelas deram umas corridas e molhámos os pés. Seguimos viagem para L´Ametla del Mar mas no caminho levantamos dinheiro. Optamos por ficar num parque de campismo (camping L´ametla del mar) já que não havia área de AC.

O parque era bom, as casas de banho sempre limpas e fez-nos lembrar os hotéis com animação constante: mergulho, jogos e animação nocturna junto às piscinas.

A praia é que foi uma desilusão pois não era de areia, era de pedra. Bastante desconfortável mas enfim… as melgas daqui já gostavam de mim e dmantinham a paixão pelo maridão, embora não fossem tão agressivas como as de Els Muntells. Ficámos 2 noites e no dia 14 de manhã decidimos seguir viagem para Portugal já que tínhamos que lavar a AC a fundo (dentro e fora).

É um parque de campismo bastante grande e tem de tudo. Também alugam bungallows, camping homes e tendas (já montadas). Estes equipamentos parecem estar todos em muito bom estado.

O parque tem uma área para AC fora das suas instalações, mais concretamente no parque de estacionamento. No entanto tem lá um aviso que só está disponível aos utilizadores do parque, pelo que presumo que seja possível usar mediante o pagamento de uma tarifa.

Seguimos viagem para pernoitar em Aranda de Duero, na área de Serviço.

Chegados a Aranda a área de serviço estava vazia e uma vez que o ambiente à volta não inspirava muita confiança, decidimos ver no guia um parque de campismo. Enquanto procurávamos pelo parque de campismo cruzámo-nos com outra AC pelo que decidimos dar a volta e seguir para a área, na esperança que os companheiros espanhóis fizessem o mesmo. E fizeram. Ficamos lá as 2 AC e passado 40min chegou outra. Já estávamos deitados quando ouvimos chegar outra.

Acabámos por pernoitar ali 4 AC. A noite foi muito tranquila e apesar da área se situar muito perto da estação de comboios, estes não incomodam absolutamente nada.

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Foto: área de serviço de Aranda de Duero (o despejo da sanita está na ponta do lugar 8 salvo erro)

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Foto: área de serviço de Aranda de Duero (41°40'6.79"N 3°41'42.82"W)

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Dia 14

Rumamos para Zamora, Bragança e Mirandela, sendo o destino a aldeia do meu pai.

Paramos em Zamora para comprar comida para as cadelas (relembro que é mais barata que cá) e seguimos para Bragança. Aproveitamos esta área de serviço para os devidos despejos e para a conhecer. Ficamos tristes por não estar sinalizada, nem no IP4 nem dentro da própria cidade, o que deve contribuir para a pouca afluência.

[localização da área de serviço de Bragança (41°48'14.97"N 6°44'45.89"W)]

Chegados à aldeia às 20h e estavam 40,7ºC… um verdadeiro abuso a lembrar os verões da minha juventude passados na terra quente. Foi difícil dormir e no dia seguinte mais difícil limpar com tanto calor já que dentro da AC o termómetro marcava 37,5ºC.

Assim demos por terminadas as nossas férias, com um sabor agridoce, devido às proibições que encontrámos e que não esperávamos que acontecessem.

Mesmo assim, os Pirenéus recomendam-se, e muito!!
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Mensagempor joaquim » sábado ago 28, 2010 9:43 am

Companheira, obrigado por partilhar essa vossa maravilhosa viagem...!
cumptos!
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Mensagempor nelson » sábado ago 28, 2010 1:21 pm

Boa tarde companheira Cookie

Realmente foi também alguns destinos do meu percurso.

Foi realmente uma bela viagem !!

um abraço

Nelson
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bragança

Mensagempor decarvalho » sábado ago 28, 2010 2:31 pm

Viva Cookie

muito interessante relato de viagem...
e susbcrevo o remoque sobre a falta de sinalizaçao da area de Bragança!

e boas voltas!
semovente...
em:
http://www.camping-caravanismo-e-autoca ... ogspot.com
e na tertulia facebook 1 AC e 1 CAFE
copie e cole o link no seu browser.
http://www.facebook.com/groups/21501485 ... ?ref=notif¬if_t=group_activity
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Mensagempor BRIG » segunda ago 30, 2010 8:35 pm

Olá, Cookie:
Antes de mais, obrigado pelo relato, que é sempre inspirador para possíveis viagens, sobretudo quando já se encontram na incubadora há algum tempo. Alguns dos locais referenciados já por lá passei, outros estão previstos para um futuro que espero próximo.
Quanto à Área de Serviço de Bragança, de facto não está devidamente sinalizada, o que julgo poder ser remediado facilmente. Procurarei tratar disso junto do presidente da respectiva Junta de Freguesia. Em todo o caso, não se pode dizer que tem pouca afluência porque é raro o dia em que não tem várias autocaravanas, sobretudo estrangeiras, chegando mesmo a revelar-se exígua para a procura. Hoje em dia, raro é o autocaravanista que não possui um gps, e tanto a base de dados do CapingCar como de outros foruns similares estrangeiros possuem as necessárias coordenadas.
Quanto ao calor da sua terra natal, dum concelho vizinho do meu, já não pode estranhar porque por alguma razão Mirandela e Moncorvo integram a chamada Terra Quente do Nordeste Transmontano.
A continuação de boas viagens.
Ser autocaravanista é partilhar, somar, multiplicar; nunca hostilizar, dividir ou subtrair.
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Mensagempor cookie » segunda set 06, 2010 8:46 am

olá companheiro,

ainda bem que o relato serviu para "aguçar" ainda mais o apetite já de si aguçado pelos pirinéus.

é provável que tenha razão até porque é certo que ao fim do dia é a altura em que as AC´s procuram as áreas de serviço.

esta área em concreto está extremamente bem localizada com detalhes muito muito interessantes como p.ex. o modo de abrir a tampa do local dos despejos da cassete.

só falta uma coisa: electricidade para quem lá quiser passar um fim de semana no outono ou inverno. a zona é espetacular e nessa altura do ano mais ainda mas tomadas de electricidade fariam falta pois a necessidade de aquecimento e de luzes acesas mais cedo bebem a energia da bateria num instante :(
julgo que ninguém reclamaria por pagar por esse serviço - eu concerteza que não!! até agradecia :P :o

pode ser que a junta de freguesia pondere esse upgrade :wink:
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Mensagempor Joel Lourenço » sexta set 10, 2010 10:42 am

relato esta mto bom,gostei imenso.
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Mensagempor cookie » sábado set 11, 2010 9:00 am

o prometido é devido:
as borbulhas com a respectiva reacção alérgica. o maridão foi picado nas costas, braços, pernas e cara... imaginem a "figura"

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e aqui as fotos da área de serviço de bragança, com o castelo ali ao lado deve ser muito mas muito aprazível no outono e mesmo no inverno, com um bocadinho de neve deve ser espetacular :D

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área de serviço de bragança - zona de despejos

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Imagem
área de serviço de bragança - zona de pernoita

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área de serviço de bragança - zona de pernoita

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área de serviço de bragança - zona de merendas

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Mensagempor majv » sábado set 11, 2010 10:35 am

Pirinéus....Pirinéus.
Não me canso de lá ir, apesar da longa travessia do "deserto" que é necessário fazer.
Parabéns pelo seu relato.
Já agora, em que mês foi?
Se foi em Julho, estivémos quase em simultâneo em toda essa zona, desde Andorra a El Formigal.
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Mensagempor Paulo » sábado set 11, 2010 10:52 am

Caríssima amiga Cookie,

Considero que teria todo o interesse se inserisse comentário e algumas fotos na nossa BD de Áreas de Serviço, pois é um património (de todos) de informação que se vai construíndo.

Muito obrigado pela permanente colaboração!!
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Mensagempor cookie » domingo set 12, 2010 9:45 am

Paulo Escreveu:Caríssima amiga Cookie,

Considero que teria todo o interesse se inserisse comentário e algumas fotos na nossa BD de Áreas de Serviço, pois é um património (de todos) de informação que se vai construíndo.

Muito obrigado pela permanente colaboração!!


feito!

majv Escreveu:Pirinéus....Pirinéus.
Não me canso de lá ir, apesar da longa travessia do "deserto" que é necessário fazer.
Parabéns pelo seu relato.
Já agora, em que mês foi?
Se foi em Julho, estivémos quase em simultâneo em toda essa zona, desde Andorra a El Formigal.


plenamente de acordo... a travessia para lá chegar é de facto aborrecida, quase uma "never ending story..."

sim, estivemos pelos pirineus (andorra, frança e espanha) em finais de julho e 1a semana de agosto. mas não nos apercebemos de nenhuma AC portuguesa!
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Mensagempor caraujo » sábado set 25, 2010 10:57 am

Muito obrigado Cookie pelo relato.

Já me abriu o apetite.

Já agora para quem ande por estas paragens e se encontre nos Pirineus e queira vir para a zona do Mediterrâneo, não posso de sugerir uma paragem no Mosteiro de Monserrat (41° 35′ 36.19″ N, 1° 50′ 16.69″ E
), pois é fantástico.

Bem haja,
Carlos Araújo
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