por Mcas » domingo abr 03, 2011 7:34 pm
Certo. Pode postar a sua foto.
Sim, o sítio é Roncesvalles e a pedra comemora a batalha do mesmo nome.
Roncesvalles é também um dos pontos de continuação, para alguns o início, do "caminho francês" da peregrinação compostelana. São cerca de 850 km dali a Santiago de Compostela, percorridos por centenas de peregrinos todos os anos.
Reza a lenda que foi aqui que morreu Rolando, responsável pelas marcas francas, e um dos melhores cavaleiros de Carlos Magno e de quem era sobrinho. Encarregado de comandar a retaguarda dos exércitos de Carlos Magno, morreu em combate com os Bascos. A lenda transformou os bascos em muçulmanos e ele e os seus francos aguentaram até à morte, no desfiladeiro de Roncesvalles, a chegada do exército de Carlos Magno, impedindo a progressão dos muçulmanos para território franco. Foi um acto de teimosia e arrogância mas também de coragem. Rolando recusou tocar a trombeta de combate (olifante), argumentando que poderia vencer e aguentar os muçulmanos. Não aguentou e tocou a trombeta tarde demais. Morreu...
Se repararmos bem há algumas semelhanças entre este episódio e o do rei Leónidas, rei de Esparta, e o desfiladeiro das Termópilas, na Grécia. Em ambos, um punhado de guerreiros consegue suster milhares de adversários até à morte, morrendo com honra em vez de se render.
Já agora, uma curiosidade: Rolando era responsável pela marcas francas, o que quer dizer “fronteiras francas”, dos francos (povo que veio a dar origem à França). O responsável pelas marcas era um militar, e daí vem a palavra marquês, um título militar, portanto. Há quem diga que a palavra Dinamarca , o país escandinavo, significa fronteira do norte (da Germania).
A expressão que nós usamos, “passar das marcas”, tem origem neste contexto e significa passar as fronteiras do razoável, exagerar, abusar.
Abaixo do rei, que era o chefe dos exércitos, estavam os duques e os condes, que eram quem conduzia os exércitos. Esta palavra conduzir vem de con+ducto, que em latim significava guiar, orientar. E, na verdade, há muitas palavras derivadas daqui: aqueduto, guiar a água; condutor, o que guia, conduz (automóveis, p..ex.) e até Il Duce ( o duque, o guia, título de Mussolini, que se achava o condutor do povo italiano). Assim, rei, duque, conde e marquês, constituíam a alta nobreza (o poder militar…pois).
Resto de um bom domingo...e que ganhe o S*B.
(Não resisti em por isto...)