por cookie » sábado mar 12, 2011 2:00 pm
certíssimo!
é a fonte das sete bicas na agora cidade da senhora da hora. muitas vezes em miúda, quando era normal no verão a água faltar, lá íamos nós para as filas encher os garrafões. agora a água é imprópria para consumo... uma pena.
deixo aqui um excerto retirado da página pessoal de Joel Cleto com a devida referência bibliográfica:
Joel CLETO e Suzana FARO - Fonte das Sete Bicas, Senhora da Hora, Matosinhos. Água milagrosa para todos os gostos. O Comércio do Porto. Revista Domingo, Porto, 28 de Maio 2000, p.21-22.
"Hoje praticamente residual, a Romaria à Senhora da Hora foi no passado – pelo menos desde os inícios do século XIX até meados do século XX – uma das mais famosas e concorridas festas populares da região, rivalizando e disputando com as do Senhor da Pedra (V. N. Gaia) e as do Senhor de Matosinhos a primazia entre as maiores romarias do Grande Porto. (...)
Mas três outras fortes e enraizadas crenças e tradições explicavam a popularidade do culto e da festa ou, se preferirem, do sagrado e do profano nas Festas da Senhora da Hora. Três motivos que, sintomaticamente, acabavam por englobar todas as idades e diferentes necessidades. A romaria tinha, assim, atractivos “para todos os gostos”:
- as grávidas dirigiam-se com particular fervor à Imagem da Senhora da Hora, existente na capela local, pedindo “uma horinha boa e curta” para o momento do parto que se avizinhava;
- para livrar as crianças do “mal-da-gota” (epilepsia) foi crença e costume, até meados do século XX, uma estranha prática que tinha lugar durante a missa do dia da festa, aquando da elevação da hóstia. Nesse instante mães e avós davam de beber às pobres crianças uma “mistela” cuja receita é a todos os títulos impressionante: vinho do Porto misturado com os morrões das velas que haviam ardido durante a Semana Santa e cordões umbilicais carbonizados de filhos de mães cujo nome fosse Maria!;
- era também neste dia que a “Fonte das Sete Bicas”, localizada muito próxima da capela, era procurada pelas suas propriedades casamenteiras. Para tal, o rapaz ou rapariga desejoso de, durante o ano seguinte, encontrar o seu parceiro ideal, teria que beber de um só fôlego das sete bicas que a fonte possuía.
(...)"
Muito haveria a dizer...
Quem gostar de História local pode também consultar
FERNANDES, Ilda Amália – “Senhora da Hora: Subsídio para a sua Monografia”. Matosinhos: Contemporânea Editora/Câmara Municipal, 1996. ISBN 972-8305-16-8.
Venha de lá a foto companheiro.