por Paulo » domingo mai 06, 2007 12:25 am
Boa noite,
É sempre com satisfação que leio trabalhos que visam a divulgação do turismo de ar-livre. Essa satisfação é potenciada quando as linhas constituintes são escritas com o intuito de mostrar os atractivos desta actividade a quem não a conhece. Ou por outras palavras, dar a conhecer este tipo de turismo a novos candidatos a “companheiros”.Foi este o enquadramento que atribuí a este trabalho.
É claro que não é o trabalho perfeito sobre o autocaravanismo, mas a perfeição é sempre uma meta ou um objectivo, raramente atingidos. Do ponto de não ser um trabalho perfeito até ser classificado por alguns como um “mau serviço prestado ao autocaravanismo”, vai uma distância muito grande, só vista por quem não quer ver mais nada à sua volta, ou tem algum problema de visão (curta).
É argumentado por estes críticos que um dos grandes problemas do artigo reside na alusão a refeições, "fazendo grelhados nas falésias"…etc. É claro que o autocaravanista não deve ter atitudes que entrem no âmbito do campismo selvagem, pois não é eticamente correcto e estas acções são legalmente penalizadas.
Pensando bem, vou admitir que a falha de visão seja minha. Bem, falhando-me a visão, que não me falhe a memória.
Recordemos então aquele artigo que não teve oposição de ninguém (vejam-se os posts da altura, nos vários fóruns). Falo concretamente do artigo do Público, denominado “As autocaravanas estão no meio de nós”, publicado a 27 de Setembro de 2006.
Este artigo começa com a seguinte introdução:
“No Algarve, na costa alentejana, na costa do Oeste, em qualquer ponto do litoral ou mesmo junto aos monumentos na capital, elas destacam-se. São brancas, enormes, por vezes têm toldos abertos, mesas e cadeiras; (…)”
E mais à frente, refere que, “Com tantos gastos, o casal recusa-se a entrar num parque de campismo (…)”.
O que acham desta imagem dada do autocaravanismo? Será esta a boa imagem? Qual é a cartilha ou a proposta de bons comportamentos que defende estas atitudes? Eu apenas conheço documentos que as reprovam.
Penso que não restam dúvidas que há pessoas que têm pesos e medidas diferentes, conforme têm ou não o destaque a seu gosto nos artigos.
Realmente a minha memória começa a falhar, pois outro grande defeito que é apontado ao caderno da Visão é ter incluído os vendedores de equipamentos de ar-livre.
Se (re)lerem o artigo do Público, podem ver facilmente que neste artigo os vendedores também estiveram presentes.
“(…)São compradas por reformados, mas também por jovens famílias com filhos, caracteriza Maria Laura Homem Ferreira, sócia da empresa Marcampo, em Lisboa, que comercializa artigos de campismo.(…)”
E eu pergunto:
Como é que para estes senhores, de um artigo consensual (Público), passam a um artigo de “mau serviço prestado ao autocaravanismo” (Visão)?
É bom que as pessoas que proferiram críticas ao caderno da Visão, se recordem das posições que tomaram em 27 de Setembro de 2006 e qual a intervenção que tiveram no referido artigo, pois a coerência é algo que se deve manter.
Pela minha parte, dou os parabéns à Visão e ao Público, por terem levado ao cidadão comum informações sobre o turismo de ar-livre, tentando divulgar esta actividade. Quantos mais turistas nos acompanharem, mais atenção será requerida aos nossos governantes, para que estes criem as infra-estruturas necessárias ao desenvolvimento sustentado desta actividade, à imagem daquilo que conhecemos pela Europa.
Abraço,